domingo, 16 de novembro de 2014

Saudades do meu pai

     De vez em quando penso muito nele. Nos pequenos detalhes da minha vida sem perceber estou falando o que ele falava e lembrando daquele olhar sonhador e imaturo que ele sempre teve. Era uma criança grande!
     Conheci o meu pai quando fiz quinze anos. A minha mãe separou dele quando eu tinha um ano e quatro meses. Fui criada por minha mãe, minha tia Tetê e minha avó Tataia. Tinha tudo. Coisas materiais em abundância e amor, carinho e proteção também. Era uma criança muito mimada. Apesar disto faltava... faltava o meu pai. Que eu idealizava, sonhava e desejava. Conhece-lo foi um dos acontecimentos mais significativos da minha vida. Fiz uma poesia para ele neste blogger na postagem pai (15-03-2013) e uma outra postagem papai (19-04-2014). Esta é a terceira então.
     É mentira quem diz que uma criança não precisa de um pai. Que ele não tem importância. Tem. Faz falta. Posso falar por experiência própria.
     Tão incrível a forma que nos entendíamos. Havia harmonia. Equilíbrio.
     Sentia que tinha momentos que eu não era a filha. Tinha momentos que parecia que eu era a mãe. Coincidência ou não nos últimos meses de convivência comigo ele passou a me chamar de mãe. Ele teve um AVC e perdeu a fala e a única palavra que saia da sua boca era esta: mãe. Quando ele queria falar comigo... mãe. Com os outros ele apenas balbuciava sons incompreensíveis. Comigo... era... mãe.
     Nesta tarde de domingo, fito o infinito do céu e penso nele. Sinto saudades dele. Da sua imaturidade. Da sua fragilidade...
     Travei. Agora não consigo escrever mais.
     Saudades querido. Saudades. Até um dia que nos reencontraremos e eu te darei aquele abraço!

Nenhum comentário:

Postar um comentário